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A construção de polos industriais em regiões estratégicas

Por Uemerson Florencio

Portal Guajará
Por: Portal Guajará Fonte: Por Uemerson Florencio
28/07/2025 às 18h18
A construção de polos industriais em regiões estratégicas
Foto: Divulgação

Com a crescente internacionalização de muitos processos industriais, muitos países optaram pelo esvaziamento de seus parques industriais dentro de seus territórios. Apesar disso, observamos um razoável esforço para a retomada desses processos, embora o cenário atual torne essa tarefa altamente desafiadora. Afinal, existem mercados consolidados no globo, como Índia, China, Estados Unidos, Rússia, entre outros.

Diante dessa realidade, surge o questionamento: o que fazer? Estamos inseridos em novos cenários – com o advento das inteligências artificiais, da nanotecnologia e de uma série de softwares capazes de processar inúmeras informações em nanosegundos. O quanto estamos capacitados para competir em pé de igualdade, considerando que ainda há pouco incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional?

O plano de negócio para a instalação de um polo industrial deverá ser criado por uma equipe intersetorial, com base no trabalho colaborativo, sistemático e com ampla visão dos cenários de longo prazo. Nele, deve constar um planejamento estratégico consistente, coerente e adequado à realidade em diversas frentes — a citar: os aspectos demográficos, sociais, históricos, culturais, políticos, climáticos, geográficos, econômicos, científicos, tecnológicos, entre outros.

Dessa forma, será possível mapear com clareza as principais oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos, além de buscar dimensionar, de forma sólida, a ampla concorrência numa perspectiva global. Esse esforço conjunto permitirá avaliar e determinar a viabilidade técnica e econômica do projeto na região escolhida.

Cada estado brasileiro possui, de alguma forma, seus polos industriais. No entanto, a diferença entre eles geralmente está nas respectivas legislações. Cada unidade federativa possui regras próprias, geralmente aliadas ao plano diretor do município e ao investimento financeiro realizado — de diversas ordens, volumes e fontes.

Assim, apresentamos alguns dos motivos para a construção de um polo industrial numa região:

  • Fortalecimento da economia municipal;

  • Geração de empregos diretos e indiretos;

  • Atração de empresas do mesmo ramo de atuação, complementares e afins;

  • Arrecadação de impostos para o município, estado e federação;

  • Contribuição para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB);

  • Desenvolvimento local, com a atração de novos negócios associados à cadeia produtiva ou a serviços complementares;

  • Elevação na qualidade de vida dos moradores, com a chegada de empresas privadas nas áreas de alimentação, saúde, educação e serviços em geral;

  • Ampliação da oferta de serviços públicos (escolas, segurança, unidades de saúde, estradas, sinalização, iluminação pública, saneamento básico, entre outros).

Normalmente, os empresários se veem atraídos para instalar suas empresas em determinadas cidades quando os incentivos se mostram vantajosos. Dentre os principais atrativos, destacam-se:

  • Segurança jurídica e incentivos fiscais;

  • Terrenos planos ou com terraplanagem já realizada;

  • Disponibilidade de infraestrutura básica (água, esgoto, energia elétrica, telefonia e internet);

  • Facilidade de acesso à matéria-prima;

  • Estrutura logística para escoamento da produção (portos, aeroportos, rodovias e ferrovias);

  • Áreas com incentivos tributários (isenções ou redução de impostos);

  • Segurança pública com efetivo e estrutura adequada.

Em relação à mão de obra, muitos gestores empresariais optam por contratar residentes da cidade-sede e das regiões vizinhas. Os colaboradores devem ter seus direitos garantidos conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Além disso, as empresas devem considerar:

  • Capacitação e atualização profissional constante;

  • Remuneração compatível com o mercado;

  • Plano de carreira baseado em meritocracia;

  • Valorização do trabalhador com foco na dignidade humana;

  • Garantia de segurança nos âmbitos operacional, jurídico e humano, considerando a crescente violência urbana em diversas regiões.

Por fim, essas são algumas considerações sobre um tema que exige apenas um único encaminhamento: uma grande coalizão de forças entre o poder público, a iniciativa privada e o terceiro setor. Deve existir uma relação de “ganha x ganha”, pois todos devem investir para alcançar ganhos coletivos.

 

Uemerson Florêncio – Escritor, treinador, palestrante e correspondente internacional, com atuação nas áreas de linguagem corporal, gestão da imagem, reputação e crises.

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