VÍDEO: Trilhos da Madeira Mamoré são destruídos em área da União no município de Nova Mamoré, RO.

Nesta última quinta-feira (24), boa parte dos trilhos e dormentes da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), na cidade de Nova Mamoré (RO), foram removidos em uma ação criminosa, realizada por uma escavadeira hidráulica em uma área da União, localizada próximo das margens da BR-425, após a ponte do rio Ribeirão.

O Portal Diário de Rondônia, teve acesso aos registros feitos por moradores que cultivavam um pequeno plantio de banana e milho na região, que mostra o momento da destruição de suas plantações, assim como a remoção dos trilhos e dormentes pelo maquinário, onde foram jogados na lateral da estrada do trilho.

 

De acordo com informações obtidas, o maquinário realizava uma obra de ampliação de uma propriedade rural, que ficava distante cerca de 150 metros dos trilhos.

O caso chegou ao conhecimento da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, de Porto Velho-RO, onde o vice- presidente da George Telles, após ser informado da ação criminosa, denunciou e pediu providências do Ministério Público de Rondônia - MPRO e Ministério Público Federal - MPF, que agora passam a investigar a ação realizada no local.

 

Os denunciantes pediram para não serem citados na matéria por temerem sofrerem ame.aças, após o caso ser divulgado.

 

Veja com exclusividade os vídeos gravados no momento da destruição do patrimônio histórico do Estado de Rondônia.

 

 

A construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), entre 1907 e 1912, tornou-se uma referência de um novo ciclo de integração territorial, para a consolidação de fronteiras e inserção da Região Norte nas estratégias de desenvolvimento econômico do Brasil. No início do século XX, o país negociava com a Bolívia a incorporação territorial do Acre, e o governo boliviano concordou e aprovou a construção de uma via de acesso ao Oceano Atlântico para escoar a produção de borracha da Amazônia.

 

A cidade de Porto Velho, atual capital do Estado de Rondônia, surgiu para atender à construção da Madeira-Mamoré que, com seus 366 km, ligaria Porto Velho a Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia. Os relatos e registros sobre sua construção sempre foram dramáticos e assumem ares de epopeia, dado o esforço para subjugar a Floresta Amazônica e a população indígena, além das incontáveis mortes de trabalhadores envolvidos na execução da obra.

 

A Madeira-Mamoré foi desligada da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), na década de 1960, e um decreto de julho de 1972 extinguiu as atividades da linha. No início da década de 1980, a partir das ações do Iphan com a comunidade local propostas em seminários, a EFMM ressurgiu como um elemento importante na história do Estado.

 

Fonte: Portal Diário de Rondônia