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Cheia histórica do Rio Guaporé desafia desova das tartarugas e acende alerta ambiental em Rondônia

A partir daí, inicia-se o processo de incubação dos ovos, que culmina, em dezembro, com a eclosão dos filhotes e seu retorno ao rio, um dos momentos mais esperados do projeto. 

Portal Guajará
Por: Portal Guajará Fonte: Da assessoria
05/11/2025 às 11h20
Cheia histórica do Rio Guaporé desafia desova das tartarugas e acende alerta ambiental em Rondônia
Foto: Divulgação

O ciclo de vida das tartarugas-da-Amazônia é um verdadeiro espetáculo natural que se repete todos os anos nas margens do Rio Guaporé, localizado na divisa entre Rondônia e Bolívia, uma das regiões mais ricas em biodiversidade da Amazônia. A desova, que marca o início da primeira fase do Projeto Quelônios do Guaporé, costuma transformar as praias da região em berçários naturais. A partir daí, inicia-se o processo de incubação dos ovos, que culmina, em dezembro, com a eclosão dos filhotes e seu retorno ao rio, um dos momentos mais esperados do projeto. 

Mas, neste ano, esse início de jornada enfrenta um cenário desafiador. Por causa das chuvas acima do normal na região, o nível do Rio Guaporé continua alto, deixando as praias menores e o espaço para a desova praticamente inexistente. 

“Este ano, as condições estão muito adversas. O rio não baixou o suficiente, e isso reduziu drasticamente as faixas de areia onde elas costumam desovar”, explica o biólogo da Energisa Rondônia, José Carratte, que acompanhou de perto as ações desta primeira fase do projeto. 

Segundo ele, o impacto é mais grave do que parece: “Quando as tartarugas não conseguem desovar no período certo, todo o ciclo é comprometido. A fêmea pode reter os ovos por mais tempo, o que afeta sua saúde e reduz a taxa de reprodução. Isso significa que, se a desova não acontece no tempo certo, poderemos ver menos filhotes nascendo em dezembro”, alerta Carratte. 

Desafios e a força da adaptação

Neste ano, a Energisa Rondônia acompanhou pela primeira vez a etapa da desova, uma das fases mais importantes do ciclo dos quelônios. A presença da equipe técnica da empresa reforça o compromisso com a preservação ambiental e o apoio a iniciativas locais que unem ciência e conscientização. 

Para José Soares, o “Zeca Lula”, presidente da Ecovale, a temporada tem sido marcada por desafios e aprendizados: “As tartarugas são símbolos de resistência. Mesmo diante das cheias, elas insistem em tentar. O que nos move é garantir que, quando o rio permitir, o ambiente esteja pronto para recebê-las novamente”, explica. 

Energia limpa impulsionando a conservação 

Cheia histórica do Rio Guaporé desafia desova das tartarugas e acende alerta ambiental em Rondônia

O apoio da Energisa ao projeto vai além da presença em campo. A empresa contribuiu com a instalação de placas solares na base do Instituto Ecovale, no Vale do Guaporé, uma iniciativa que tornou a operação mais autossuficiente e sustentável. 

“A energia solar trouxe autonomia e eficiência para quem está na linha de frente da conservação desse projeto tão importante”, afirma Carratte. 

Esperança nas águas do Guaporé 

Mesmo diante das dificuldades, as equipes seguem firmes, com o olhar atento às mudanças do rio e à espera de condições mais favoráveis. “É um trabalho de paciência e fé na natureza”, resume Zeca Lula. 

O Projeto Quelônios do Guaporé é desenvolvido pelo Instituto Ecovale, com apoio da Energisa. A iniciativa atua na proteção e monitoramento das tartarugas-da-Amazônia, promovendo educação ambiental e valorização da biodiversidade da região. 

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