O Museu Histórico Municipal de Guajará-Mirim (RO), que era uma das principais atrações para turistas e visitantes na região de fronteira com a Bolívia, está em péssimo estado de conservação. O prédio é centenário e faz parte da história não só do município, mas também do Estado de Rondônia, já que foi inaugurado em 1912 e até 1972 foi utilizado como estação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), sendo transformado em museu posteriormente.
O descaso dessa importante obra monumental que retrata a história de Rondônia, chamou a atenção da 1ª Promotoria de Justiça de Guajará-Mirim, que por meio de Procedimento Administrativo de fiscalização de políticas públicas, recomendou às autoridades a manutenção e conservação do museu municipal, assim como também as praças dos Pioneiros e das máquinas da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, integrantes do complexo histórico e cultural de Guajará-Mirim.
Em sede de procedimento ministerial, além de relatório da SEDAM, segundo informações obtidas pela reportagem do site Portal Guajará, foi recomendado também a instalação de sistema mais eficiente de tratamento de resíduos, assim como fazer o relatório de vistoria técnica do Corpo de Bombeiros, que além de identificar falhas estruturais, concluiu pela ausência dos requisitos mínimos para prevenção contra incêndio e pânico, motivo por que a edificação foi interditada.
O próprio Ministério Público, por meio de oficial de diligências, confeccionou relatório circunstanciado, atestando a precariedade da infraestrutura do museu, bem como a presença de ferrugem na maioria das locomotivas estacionadas em frente, além de constatar vegetação crescendo no interior delas, demonstrando o abandono da estrutura.
A nossa equipe de reportagem chegou a entrar no prédio onde presenciou a falta de zelo com o acervo histórico. Imagens fotografadas no momento mostram o atual cenário de abandono com o patrimônio histórico do museu. Os animais entalhadas, parte do acervo do museu no chão, se deteriorando.
Segundo o MP, houve compromisso do consórcio responsável pela construção da usina hidrelétrica de Jirau na revitalização do prédio da antiga estação da Estrada de Ferro, atualmente, Museu Histórico de Guajará-Mirim, dentre outros. Trata-se de uma das medidas compensatórias assumidas e decorrentes dos impactos que a construção da referida usina causaria no patrimônio arqueológico, histórico e cultural de Rondônia.
Assim, o MP, pelo Promotor de Justiça Eider José Mendonça das Neves, solicitou à Jirau Energia e à Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e lazer (SEJUCEL) informações atualizadas quanto às obras de revitalização do Museu Histórico de Guajará-Mirim, bem como das máquinas do trem, além de plano de trabalho para execução dos serviços de recuperação. A situação de abandono foi igualmente comunicada à Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Ressalte-se que o complexo histórico da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e todo seu acervo constam expressamente na Constituição do Estado de Rondônia (art. 264) como tombados, portanto, sendo objeto de proteção legal e especial preservação.
O Portal Guajará tentou entrar em contato com a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo (Semcet), mas não obtivemos resposta sobre a situação do descuidado com o acervo e prédio do museu. Em ligação ao número 3541-3583, disponibilizado pela Prefeitura, uma servidora informou que a SEMCET não tem um secretário que responda pela pasta.
Veja a seguir imagens do Museu Histórico de Guajará-Mirim (RO) castigado pelo tempo.
Fonte: Site Portal Guajará
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