A madrugada da terça-feira (28) começou com mais um registro de violência contra profissionais da imprensa, no interior de Rondônia.
Homens armados, ainda não identificados pela polícia, atiraram diversas vezes contra a casa do jornalista Edirceu Lima, que reside em Ariquemes, distante 202 quilômetros de Porto Velho. Ele é proprietário do site local, Foco em Notícia, fundado há 17 anos.
Segundo a perícia da Polícia Civil (PC), foram, ao todo, oito disparos de pistola.40. Pelo menos cinco tiros acertaram o carro do jornalista, que estava na garagem. A Polícia Militar (PM) também esteve no local.
Além de repudiar o caso, o Sindicato dos Jornalistas de Rondônia (Sinjor) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) pediram providências às autoridades.
Foto: Edirceu Lima e site FocoEmNotícia.com
Surpresa
Edirceu Lima conta que ouviu os disparos por volta de 1h da manhã, mas não imaginou que fossem tiros e nem contra a casa dele. Ele descreve o ataque como uma “situação ruim e constrangedora”.
“Pela manhã, quando eu acordei e fui abrir o portão para levar minha esposa ao trabalho, estavam os vizinhos, na porta, e estavam lá os projéteis, oito cápsulas de pistola.40. Chamei a Polícia Militar (PM), que nos atendeu prontamente; a perícia veio, fez todo o trabalho e, aí, entregamos na mão de Deus. Primeiro, na mão da polícia, né?”, declarou o jornalista com 38 anos de profissão em Rondônia.
“É lógico que uma situação dessa nos deixa, de certa forma, amedrontados. É um fato que nunca tinha acontecido comigo, nunca sofri ameaça por parte de ninguém, não ofendo ninguém, e as minhas matérias jornalísticas são pautadas e embasadas em fundamentos”, destacou Lima que, aos 57 anos, afirma não ter inimigos declarados, mas apenas “adversários políticos”.
Sinjor e Fenaj cobram providências
Em nota conjunta entre o Sindicato dos Jornalistas de Rondônia e a Federação Nacional dos Jornalistas, as entidades cobram apuração rígida das autoridades de Segurança Pública do Estado, classificando o caso como um atentado contra a vida de Edirceu Lima.
“Edirceu é conhecido por sua postura firme em denunciar crimes ocorridos na região do Vale do Jamari, ação que desagrada e incomoda os que vivem à margem da Lei”, diz a nota de repúdio.
Tanto a federação quanto o sindicato ressaltam que esta é uma tentativa de “silenciar a imprensa da região”. “Os números de violência contra jornalistas, no Brasil, mostram que há, no País, uma situação de insegurança para o exercício da profissão. Não podemos nos calar diante desta realidade”, finaliza a nota.
Investigações
A polícia ainda trabalha para identificar os suspeitos do atentado. Imagens do circuito de segurança da rua onde fica a residência do jornalista devem ajudar nas investigações.
“Nós, como jornalistas, contamos primeiro com Deus, com as autoridades policiais e também com o nosso sindicato, tanto o Sinjor quanto a Fenaj, para que eles nos auxiliem de forma contrária a essa situação, não só a minha, mas a de todos os colegas, para que isso acabe”, declarou, por fim, Edirceu Lima, à reportagem.
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