Asegunda-feira (9) foi marcada pela solenidade de abertura da III Mostra Estudantil de Arte e Cultura Indígena (Maloca), no Teatro Guaporé, em Porto Velho. O evento, considerado um dos maiores encontros de valorização da cultura indígena no ambiente escolar da Região Norte, é promovido pelo governo de Rondônia e promete uma programação rica e diversa até a próxima quarta-feira (11).
A cerimônia inaugural foi um espetáculo de respeito e tradição, começando com a entrada das etnias indígenas, cada uma exibindo seu respectivo cocar. Em um momento de reverência cultural, o Hino Nacional foi cantado na língua materna. A solenidade prosseguiu com a beleza e a energia de dois grupos de dança tradicionais indígenas, seguidos por uma palestra da empreendedora indígena, Shirley Arara com o tema “Raízes que prosperam, identidade, saberes e empreendedorismo dos jovens indígenas”.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, na Maloca os estudantes indígenas são os protagonistas de um dos maiores encontros culturais da Região Norte. “A Maloca impulsiona o intercâmbio cultural e abre espaço para a expressão da arte e cultura indígena em Rondônia”, evidenciou.
ARTE INDÍGENA
Em seu discurso de abertura, a titular da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Ana Lúcia Pacini, ressaltou a importância fundamental da arte indígena para a cultura brasileira. “É um patrimônio imensurável do Brasil. Precisamos valorizar essa arte de forma individualizada. Por isso escolhemos ter um evento específico para trabalhar a cultura e a arte dos povos originários no nosso estado”, afirmou a secretária, evidenciando o compromisso do governo em preservar e promover essa riqueza cultural.
A estudante indígena Joice Aruá, da Terra Indígena Rio Branco e uma das participantes da Mostra, expressou a relevância da Maloca para a disseminação da cultura e da arte dos povos indígenas de Rondônia. “Essa mostra estudantil é muito importante e significativa. É a oportunidade que temos de expressar nossa arte e a nossa cultura dentro e fora da escola”, disse, destacando o pioneirismo e o impacto positivo do evento.
INTERCÂMBIO E PROTAGONISMO
Organizado pela Seduc, através das gerências de Arte, Cultura Escolar (GACE/CEFACEE) e Educação Escolar Indígena (GEEI/CMDE), o evento reúne cerca de 170 participantes, incluindo estudantes, dirigentes e chefes de delegação, oriundos de 34 escolas indígenas da Rede Estadual de Ensino, representando impressionantes 30 etnias diferentes, como Kaxarari, Suruí, Cinta Larga, Karitiana, Uru Eu Wau Wau, Puruborá e Arikapú.
A programação da Maloca se estende por diversos equipamentos culturais de Porto Velho, como o Teatro Guaporé, a Estrada de Ferro Madeira Mamoré e a Universidade Federal de Rondônia (Unir).
As atividades incluem:
Mais do que um evento artístico, a mostra se configura como um espaço de intercâmbio entre os povos e saberes indígenas, fortalecendo a identidade, valorizando a memória ancestral e reafirmando o compromisso da escola com uma educação plural, inclusiva e comprometida com os direitos dos povos originários.
PROGRAMAÇÃO DENSA E DIVERSIFICADA
A programação da Maloca segue nesta terça-feira (10), no Teatro Guaporé. Pela manhã, das 7h30 às 12h, o público pode conferir a exposição das obras de artes visuais no Hall de entrada e prestigiar as apresentações dos segmentos artísticos de forma mista (Música, dança, teatro, arte livre).
No período da tarde, haverá a apresentação da produção de texto sobre a origem da etnia e a apresentação do desenho ilustrativo representando a etnia. Em seguida, será realizada a exibição dos filmes dos alunos/artistas da Mostra, além de uma exibição de Cinema Regional e uma palestra sobre cinema e teatro com Fabiano Barros e Rafael Rogante.
No terceiro e último dia da Mostra, quarta-feira (11), a programação inicia pela manhã na Universidade Federal de Rondônia (Unir) com uma atividade pedagógica guiada que inclui exposição de Arqueologia e visita à Coleção de Ictiofauna, Mastozoologia e Botânica. No período da tarde, a programação seguirá na Estrada de Ferro Madeira Mamoré com uma visita pedagógica guiada ao complexo, que abrange a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) e seu museu, além de visitas ao cemitério da Candelária & Cemitério das Locomotivas e ao Hospital da Candelária.
A gerente de arte e cultura escolar da Seduc, Sabrynne Sena, enfatizou que a Maloca é um convite à imersão e ao reconhecimento da riqueza cultural dos povos indígenas de Rondônia. “Convidamos à todos para prestigiarem a Mostra. São mais dois dias de intensa programação. As atividades visam fortalecer o protagonismo juvenil indígena e promover as expressões culturais dos povos.”
Fonte
Texto: Elaine Santos
Fotos: Maria Beatriz
Secom - Governo de Rondônia