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Abaixo-assinado de Manuela D’Ávila pede cassação de Marcos Rogério por ataques à Marina Silva

Manuela D'Ávila classificou os ataques à Marina Silva como um caso de 'violência política de gênero e raça'

Portal Guajará
Por: Portal Guajará Fonte: www.brasildefato.com.br
29/05/2025 às 15h28
Abaixo-assinado de Manuela D’Ávila pede cassação de Marcos Rogério por ataques à Marina Silva
Foto: Divulgação

A ex-deputada Manuela D’Ávila lançou, nesta quarta-feira (28), um abaixo-assinado online que pede a cassação do mandato do senador Marcos Rogério (PL-RO), que protagonizou uma discussão com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura do Senado, na última quarta-feira (27). 

A ministra foi convidada para prestar informações sobre a criação de uma unidade de conservação marinha, na Margem Equatorial, no litoral norte do Amapá, onde a Petrobras pretende realizar estudos para a produção de petróleo. A discussão, no entanto, se concentrou na construção da BR-319 que corta a Amazônia, ligando Manaus (AM) a Porto Velho (RO), e no Projeto de Lei (PL) 2.159, conhecido como PL da Devastação

 

“Essa é uma discussão técnica, causada pela ética, a ética do cuidado com as pessoas, com o meio ambiente, com o futuro do Brasil”, disse a ministra ao senador Omar Aziz (PSD-AM), que defende a construção da rodovia e o projeto de lei. “Cada um que votou aqui assuma sua responsabilidade”, afirmou Marina Silva. 

 

Em seguida, o senador Marcos Rogério, presidente da comissão, disse que “essa é a educação da ministra Marina Silva”, sendo rebatido pela ministra: “Eu tenho educação. Mas o que o senhor gostaria é que eu fosse uma mulher submissa e eu não sou”. Na sequência, o parlamentar afirmou: “Agora eu sou sexista, ministra? Me respeite, ministra, se ponha no seu lugar”, causando tumulto dos presentes

 

Em um momento posterior, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que em março disse que enforcaria Marina, afirmou “a mulher merece respeito, a ministra, não”. Na sequência, Marina Silva se retirou da reunião.

 

Na saída da comissão, a ministra falou com a imprensa. “Eu me senti agredida fazendo o meu trabalho. Fui chamada para mostrar tecnicamente que as unidades de conservação, que estão sendo propostas para o Amapá, não afetam os empreendimentos”, declarou Marina Silva à imprensa.

 

“Eu não posso aceitar que alguém me diga qual é o meu lugar. Meu lugar é o da defesa da democracia, do meio ambiente, da luta contra a desigualdade, da proteção da biodiversidade e da promoção da infraestrutura necessária ao país”, afirmou Marina. “Eu saí dali mais fortalecida. Eles não conseguiram me intimidar. Ninguém vai dizer qual é o meu lugar.”

 

No texto de divulgação do abaixo-assinado, Manuela D’Ávila classificou os ataques à Marina Silva como um caso de “violência política de gênero e raça”. Quando um senador diz isso [se ponha no seu lugar] a uma ministra, ele não está só sendo agressivo — está reproduzindo um sistema que insiste em calar, deslegitimar e expulsar as mulheres dos espaços de poder. O ataque de Marcos Rogério à ministra Marina Silva é um retrato nítido da violência política de gênero e raça”, defendeu D’Ávila.

 

“É também um lembrete de que o lugar da mulher ainda é disputado todos os dias — sobretudo quando essa mulher é negra, com trajetória de luta, e ocupa um cargo de liderança”, escreveu em suas redes sociais ao divulgar o link do abaixo-assinado.

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