Um dos capítulos mais sombrios da crescente rivalidade entre facções criminosas no município parece ter chegado a um desfecho importante. Na manhã do dia 15 de abril, a Polícia Civil deflagrou mais uma etapa da Operação Donum Vanitatis (O Dom da Vaidade), com o objetivo de desmontar a estrutura de comando do Comando Vermelho em Guajará-Mirim.
De acordo com informações obtidas pelo Portal Guajará, a investigação, conduzida pelo SEVIC (Setor de Investigação da Primeira Delegacia de Polícia Civil), resultou na prisão de três integrantes chave da facção, incluindo o líder apontado como mentor de diversos homicídios no município: L. M. D. B., conhecido como "DOM". Junto a ele, foram detidos os comparsas identificados pelos apelidos de "ANDORINHA" e "SEM ALMA".
O trio é acusado de envolvimento direto na execução do jovem Pedro H. O. D., assassinado a tiros no dia 6 de maio de 2024. A arma utilizada no crime — uma pistola Glock — foi apreendida ainda nas primeiras fases da operação, durante busca na residência de DOM. Análises periciais confirmaram que os projéteis encontrados no corpo da vítima coincidiam com a arma localizada, o que fortaleceu as acusações.
Segundo os investigadores, DOM não apenas liderava o grupo, mas também atuava diretamente nas execuções. Ele é acusado de assassinar pessoalmente Geovana M. (no Beco do Macedo) e Fernando F. D., conhecido como "Ponga". Já a morte de Pedro H., teria sido ordenada por ele, como parte da disputa territorial entre facções rivais.
Apesar da gravidade dos crimes, o caso ilustra um problema estrutural do sistema de justiça brasileiro: a morosidade processual. Embora as investigações tenham sido concluídas ainda em 2024, o trâmite judicial avança a passos lentos, com riscos de prescrição e até arquivamento de casos em função da burocracia.
A Polícia Civil afirma que as penas atribuídas ao grupo podem ultrapassar 100 anos de prisão, caso todas as denúncias sejam confirmadas pelo Judiciário.
Fonte: Portal Guajará