Há exatamente um ano, Nataly Souza saiu da casa onde morava com os pais dizendo “vou ali". Desde então, ela não foi mais vista. O caso aconteceu no distrito de Nova Dimensão, em Nova Mamoré (RO). Os familiares e amigos ainda esperam por respostas sobre o caso que permanece sem desfecho.
“A gente está aqui nessa situação sem nenhuma resposta. Não tem mais desculpa, o que estão esperando? Vai ficar por isso, como se nada tivesse acontecido? Eu vou ficar aqui o resto da minha vida sem saber o que aconteceu realmente naquele dia com ela?”, cobra a mãe, Margareth de Souza.
A família de Nataly defende a tese de que ela foi morta e teve o corpo ocultado. Os pais acreditam que o suspeito está solto e “vivendo a vida normalmente”.
No entanto, de acordo com o delegado responsável, o caso ainda é investigado e tratado como desaparecimento. Ele aponta que não há comprovação de morte e que outros detalhes não podem ser divulgados para não atrapalhar a investigação.
Ainda conforme o delegado, questões de “ordem técnica” dificultam o desfecho do caso, como a falta de sinal telefônico que impossibilita o rastreamento do telefone de Nataly. Outro fator seria o medo que a população do distrito tem de colaborar com a polícia, por medo de represálias.
Revolta e saudade
Um ano depois do desaparecimento, o sentimento da família de Nataly é de revolta por falta de respostas.
“Nosso sentimento é de revolta e a cada dia que passa a gente se revolta mais. Enquanto a gente tiver vida nunca vamos esquecer”, relatou o pai da jovem.
“Meu sentimento é de revolta, tristeza, porque a gente contou com a polícia, entregou na mão deles achando que eles iriam fazer alguma coisa, mas hoje completa um ano e nada foi feito”, lamenta a mãe.
Entenda o caso
Segundo o boletim de ocorrência feito pela mãe de Nataly, a jovem saiu de casa em 14 de setembro, por volta das 21h, dizendo que logo voltava e desde então não foi mais vista.
A mãe também disse que a filha era ameaçada por uma pessoa de Nova Dimensão e outra pessoa do Acre.
"Era por volta de 21h naquele dia, daí ela pediu um marmitex. Pegou o prato, sentou na cama dela, e nesse momento ela recebeu uma mensagem [no celular]. Daí ela levantou, pegou a sacola com marmitex e saiu. Passou pela sala, onde estava meu esposo e meu filho, e disse que 'iria ali'", conta. Desde então Nataly não foi mais vista.
Familiares e amigos chegaram a fazer manifestações e interditaram a BR-421 no por três dias no mês de setembro. A ideia era chamar a atenção das autoridades de segurança pública para que investigassem o desaparecimento de Nataly.
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