A formação dos professores e a valorização docente serão os temas prioritários na educação no âmbito do G20, de acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana. O ministro está na Índia, onde participou da Reunião de Ministros da Educação do G20, em Pune. A partir do ano que vem, o Brasil assume a presidência do G20 - grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo ea União Europeia -, e o Ministério da Educação (MEC) estará à frente do Grupo de Trabalho (GT) em Educação.
Na reunião de ministros, Santana apresentou as propostas iniciais para o debate educacional do próximo ano. “Em educação, estabelecemos a formação dos professores e a valorização docente como temas prioritários para o próximo ano, reconhecendo a importância do professor na trajetória dos estudantes e, por consequência, na qualidade da educação”, disse Santana àAgência Brasil.
Além da formação de professores, outros temas prioritários da gestão brasileira serão o engajamento comunitário das escolas, com o respeito às diferenças e o fomento à interação entre o ambiente de ensino-aprendizagem e a sociedade e o compartilhamento de conteúdos educativos entre plataformas de ensino, com ênfase na educação para o desenvolvimento sustentável, no contexto de agenda ambiental. “A ideia é capacitar nossos jovens para formas de desenvolvimento que sejam não predatórias, não poluentes”, disse.
A reunião de ministros, que terminou ontem (22), contou com a presença de mais de 150 delegados, incluindo 14 ministros dos países membros do G20 e convidados.
Santana também propôs ao grupo a criação do Prêmio G20 Educacional. “Também levei, como sugestão, dadoo prestígio e a capilaridade do G20, um prêmio do G20 Educacional que reconheça experiências locais exitosas e nos permita, por meio delas, aprofundar o debate sobre a implementação de medidas de engajamento comunitário”, explicou.
O Grupo dos 20 (G20) é composto por 19 países: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Türkiye, Reino Unido e Estados Unidos, além da União Europeia. Os membros do G20 representam cerca de 85% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos por um país) global, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população mundial.
Desde 2008, os países revezam-se na presidência. Esta será a primeira vez que o Brasil presidirá o G20 no atual formato. A programação da presidência do G20 compreenderá mais de uma centena de reuniões oficiais em todo o território nacional, entre as quais a Cúpula de Líderes, cerca de 20 reuniões ministeriais, mais de 50 reuniões de altos funcionários, além de dezenas de eventos paralelos.
A Cúpula de Líderes do G20, durante a presidência de turno brasileira, está prevista para 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. A Presidência da República do Brasil indicou três desafios orientadores gerais para todos os grupos de trabalho do G20, em 2024: desenvolvimento sustentável, reforma das estruturas de governança global e combate às desigualdades.
Na educação, a próxima reunião ministerial do G20 está prevista para setembro deste ano, em Fortaleza. No dia 1º de dezembro, o MEC deverá publicar a nota técnica que vai detalhar as prioridades e os objetivos esperados do GT. Em seguida, a pasta propõe uma videoconferência, a ser realizada de 5 a 6 de fevereiro de 2024, para escutar e receber contribuições de países.
A primeira reunião presencial deverá ocorrer de 25 a 27 de março de 2024, no Rio de Janeiro. Ao final do mês de abril, o MEC pretende compartilhar a primeira versão da declaração ministerial. A segunda reunião presencial será realizada de 20 a 22 de maio, em Brasília. Na sequência, a intenção é preparar a revisão da declaração por meio das conferências virtuais com cada país.
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