Invasores de uma área que fica entre os distritos de Nova Dimensão e Jacinópolis, próximo a Nova Mamoré, que fica a cerca de 280 quilômetros de Porto Velho, queimaram uma ponte na madrugada desta terça-feira (05), para evitar que policiais militares e servidores da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) voltem à região.
A motivação teria sido uma ação deles nas primeiras horas da manhã da segunda-feira (04), onde os invasores teriam atacado a tiros os PMS e os servidores da Sedam.
Detalhes
O Rondoniaovivo teve acesso ao boletim de ocorrência registrado pelos PMs, que estavam próximos da linha 08, na estrada que passa no Parque Estadual de Guajará-Mirim, quando resolveram descer da viatura para verificar a região e prender invasores que estavam cometendo crimes ambientais.
“A linha 08 é estrada rural aberta por infratores ambientais interessados em tomar posse da área que, inclusive fora objeto de demanda judicial que culminou com decisão favorável ao Estado, nessa decisão, o Judiciário de Rondônia determinou a retirada”, aponta o documento.
Os relatos ainda seguem apontando que “visualizamos quatro elementos saindo da área da mata. Eles perceberam nossa presença e empreenderam fuga. Com isso, prosseguimos linha adentro buscando capturá-los. Eles estavam empurrando uma motocicleta. Paramos e fizemos buscas nas proximidades, não prosseguimos em acompanhamento por se tratar de uma área em litígio e haver eminente risco de confronto armado”.
Ainda segundo os relatos dos policiais que constam no boletim, eles encontraram “oito elementos encapuzados, gritando palavras de afronta. Percebemos que alguns deles estavam armados e efetuaram disparos de arma de fogo em nossa direção. Momento em que, respondendo à injusta agressão, efetuei três disparos de fuzil 556, para conter a ação dos agressores. Diante da ação enérgica desta equipe, os elementos recuaram”.
Com a fuga dos invasores, os policiais militares e servidores da Sedam encontraram uma motosserra, combustível, óleo e outros objetos usados em crimes ambientais. E mesmo assim foram vítimas de novo ataque à tiros, segundo eles.
“Outro invasor na mata fechada, que ao perceber a presença da equipe iniciou a fuga, atirando contra a dupla, quando o sargento fez um disparo de pistola para impedir a injusta agressão cometida pelo invasor. Neste local foi encontrada uma motosserra escondida. O invasor conseguiu fugir, tomando rumo ignorado. Por segurança e para preservar a integridade física da equipe, o sargento resolveu retornar para um lugar seguro”.
Ações
A reportagem entrou em contato com o major Adenilson Chagas, comandante do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), que confirmou os ataques que seriam da Liga dos Camponeses Pobres (LCP).
“Nossas equipes encontraram os invasores desmatando a área naquele momento. Ao verem as viaturas fugiram mata adentro. Quando foram à procura deles, quando encontraram, eles estavam com cantos da LCP, tentando intimidar nossas equipes. Alguns deles estavam encapuzados e com bandeiras da LCP. Foi quando fizeram disparos contra nossa equipe. Com a resposta, eles voltaram para dentro da mata”, explicou ele.
De acordo com o comandante do BPA, após os ataques à tiros contra os policiais, os invasores queimaram uma ponte na região.
“Essa ponte dá acesso à área que eles estavam desmatando. Isso é para dificultar nosso retorno ao local. Não temos só essa equipe que foi atacada, mas temos outras oito equipes que se articularão para dar uma resposta mais condizente e continuar patrulhando para capturar e prender todos os envolvidos nesse ato”, destacou o major Adenilson.
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