O senador Confúcio Moura (MDB-RO) escolheu a educação como uma das suas principais bandeiras para o mandato. Criterioso, o senador rondoniense atua para que a educação não melhore apenas nos indicadores quantitativos, mas aprofunde a qualidade do ensino e, para ele, isso não é apenas esforço de um governo. Com o recente recrudescimento dos níveis de violência no ambiente escola, Confúcio Moura está convencido de que é necessário um grande pacto nacional pela educação. Agora, não se trata apenas de melhorá-la, e sim de salvá-la.
Em discurso no plenário do Senado Federal no dia de ontem, 25, ele chamou a atenção para o fato. “A violência nas escolas é um assunto apavorante para professores, diretores de escola, para os pais, para os próprios alunos. É um desassossego muito grande o que tem acontecido recentemente no Brasil”, alertou.
Na visão do senador, a questão supera os limites dos governos, pois a escola (o governo) é parte da formação dos cidadãos apenas. A sua formação integral é complementada em outros espaços da sua vida social. “De fato, é uma preocupação cada vez maior sobre a qual os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, as escolas, os pais, toda a sociedade devem se debruçar. É uma situação nova, uma realidade com a qual não estamos preparados para lidar. É um assunto complexo cujas gravidade e urgência requerem uma construção colaborativa entre todos os atores que compõem a sociedade”, afirma.
Para ele, os vários episódios de violência nas escolas, ao redor do mundo e mais recentemente no Brasil, mostram que esse tipo de ameaça e de violência deve ser levado a sério e que medidas preventivas devem ser tomadas. “É o que as circunstâncias da contemporaneidade têm nos requeridos. Problemas complexos exigem soluções sofisticadas no sentido da atenção aos seus meandros”, avalia.
Confúcio Moura está convencido que a educação no Brasil passa por seu momento decisivo. Ou o País a reconhece como política estrutural, com capacidade de transformar a realidade dos seus cidadãos, ou será uma Nação com eterno potencial. “Uma coisa é certa: como bem disse a psicóloga infanto-juvenil, Roberta Takei, em sua conta no Instagram: ‘Falhamos como sociedade quando a escola passa a ser um lugar perigoso’. Das escolas se espera exatamente o contrário, espera-se que ele seja um lugar de acolhimento, um local lúdico e de transformação de crianças e adolescentes em verdadeiros cidadãos’”, lembrou o parlamentar.
No discurso, Confúcio Moura citou os últimos números das ocorrências de violência nas escolas, efetivadas ou não. “Foram cinco ataques fatais registrados desde setembro de 2022 até abril de 2023. Segundo pesquisadores da USP, o país registrou 22 ataques a escolas em outubro de 2012 e março de 2023, além de 34 ataques a escolas evitados entre 2012 e 2022, sendo 22 deles somente no ano passado. Essas ameaças geram medo e ansiedade entre estudantes, professores, funcionários, pais, afetando negativamente o ambiente escolar e o bem-estar dos envolvidos. Além disso, a ameaça de ataque à escola tem um impacto negativo na educação, pois pode afetar a frequência escolar, a qualidade do ensino e o desempenho acadêmico dos estudantes e dos professores”, alerta o senador.
O advento da violência no ambiente escolar não tem explicação simples. Segundo os estudos mais recentes sobre o tema, continuou o senador “os possíveis motivos para o crescente aumento dos casos de violência nas escolas e de ameaças recorrentes estão ligados às seguintes problemáticas: o aumento do pensamento extremista, a cultura do ódio e da violência, o crescimento e a radicalização de grupos de ódio na internet, a piora da saúde mental da sociedade, o efeito contágio e a cobertura jornalística exibindo esses indivíduos como heróis”.
Diante deste quadro, o parlamentar avalia que é momento de um esforço coletivo, das três esferas de governo, no sentido compartilhar responsabilidades no espaço de governança de cada um, de modo a que todos se envolvam na solução do problema, uma que vez que não resolvido, penaliza todos. “São questões desafiadoras para as quais o Governo e a sociedade devem apresentar respostas. “O governo federal já deu mostras que também vê o problema com preocupação. Demonstrou isso ao articular ação interministerial e entre os Poderes; busca a regulamentação das redes sociais e a abertura de canais de denúncia para combater os conteúdos de ódio na internet; destinou recursos para reforço das rondas policiais nas escolas; possibilitou que os gestores educacionais possam investir em infraestrutura para a melhoria da segurança nas escolas; destinou mais recursos para que sejam usados na implementação dos núcleos psicossociais nos ambientes escolares”, enumerou o parlamentar.
Para o parlamentar, é urgente uma mobilização nacional para que não se cumpra a afirmação da doutora Roberta Takey. “O enfrentamento a essa emergente questão requer uma ação rápida e ampla, de caráter multidisciplinar, transversal e intersetorial, desde intervenções governamentais como no âmbito das famílias, das escolas e da comunidade. Nós agentes públicos temos que estar atentos a todas essas questões e colaborarmos positivamente, proativamente, para a solução delas. A sociedade requer isso de nós. Os professores sabem como orientar, a comunidade sabe, os pais e os próprios meninos. Dar voz a todos, colher sugestões para que as escolas façam os seus protocolos de conduta, individualizado. Não tem como se fazer a mesma coisa em todas as escolas, a realidade de cada uma é diferente da outra”, concluiu Confúcio Moura.
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