A discussão de um requerimento de voto de louvor ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), por declarações consideradas transfóbicas no último dia 8 de março, causou polêmica na Assembleia Legislativa de Rondônia, unindo a bancada feminina na Casa de Leis e mais quatro parlamentares que não concordaram com a iniciativa do deputado Rodrigo Camargo (Republicanos), um bolsonarista que defende causas abertamente de direita.
No dia 8, Nikolas se vestiu de mulher em plena sessão que homenageou as mulheres e atacou mulheres trans.
Ao justificar o voto de louvor, Rodrigo disse que Nikolas fez uma corajosa manifestação em defesa da valorização e dos direitos das mulheres em virtude da perda do espaço, para os homens que se sentem mulheres em várias atividades. Ele defendeu ainda a liberdade de expressão do parlamentar.
A polêmica teve início com a manifestação da deputada Taíssa Souza (PSC), que viu no discurso de Nikolas ataques desnecessários. “Primeiramente como mulher eu quero ser reconhecida e respeitada por ser competente e não de forma alguma por desmerecer ou distratar qualquer outra pessoa, independente da opção sexual, independente do que ela escolhe pra vida. Eu acredito que como mulher e nós somos 5 mulheres aqui no Parlamento, a gente não perde espaço para ninguém. Na verdade, nós vamos conquistando os nossos espaços gradativamente por isso que sou contra o requerimento”.
Unidas, as deputadas Taíssa, Ieda Chaves (União Brasil), Claudia de Jesus (PT) e Gislaine Lebrinha (União Brasil) votaram contra o requerimento, sendo apoiadas por Jean de Oliveira (MDB), Laerte Gomes (PSD), Ismael Crispin (PSB), Luiz do Hospital, e Afonso Cândido (PL). “Quero registrar o voto das 4 deputadas contra o requerimento e aí eu vou seguir elas, que são o meu norte com relação a políticas publicas para mulher aqui dentro do Parlamento”, afirmou Jean.
Os discursos dos deputados que votaram a favor do requerimento sempre defendiam a liberdade de expressão, mas para a deputada Ieda Chaves, nem isso justificou as infelizes declarações. “Por todo o discurso que ele fez, voto não”, declarou.
O deputado Alan Queiroz (Podemos) preferiu a abstenção e ao final o requerimento foi aprovado por 9 votos a 8.
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