Confúcio Moura alerta para os desafios energéticos e de comunicações para o Brasil nos próximos anos

Ao fazer uso da Tribuna do Senado Federal na terça-feira, 14, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) destacou três temas que ele avalia serem estratégicos para o desenvolvimento do país e que convergem para a Comissão de Serviços de Infraestrutura, para a qual foi eleito presidente recentemente. “São temas sensíveis, de inegável interesse do Brasil, e que podem garantir nosso desenvolvimento, no presente e no futuro – e sobre os quais nos debruçaremos nos próximos dois anos. São eles, o setor elétrico (petróleo e gás inclusos), telecomunicações e transportes. Em cada um dos assuntos, impactaremos o futuro a partir do que construímos até agora”, afirmou.

Conhecido por defender pautas ligadas à educação e saúde, o parlamentar avisou aos colegas que não estranhassem a sua fala “pois é o primeiro que eu faço desta natureza, sobre esses temas, tão abrangentes no Brasil”, avisou.

Para Confúcio Moura, a matriz de produção energética predominante no país ainda oferece vantagem comparativa em relação ao mundo, pois as hidrelétricas “uma vez que as hidrelétricas apresentam impacto ambiental muito menor do que os modelos tradicionais, como, por exemplo, as termelétricas ou as usinas nucleares”, informou o senador.

Segundo ele, no entanto, o mundo urge por fontes de energia limpas, com prevalência da eólica e solar. “Em ambos os casos, as potencialidades brasileiras são, de fato, muito promissoras. A energia solar acaba de se posicionar em segundo lugar, no Brasil, entre as fontes renováveis, ultrapassando a energia eólica. Atualmente, a eletricidade gerada por placas fotovoltaicas equivale a 11,1% da energia produzida no Brasil, ou seja, 23,9 GW. Mesmo assim, energia solar que geramos ainda se encontra distante da matriz hidrelétrica, que corresponde a 51,3% do parque nacional. Os incentivos governamentais ao uso da energia solar muito têm contribuído para a contínua expansão do setor. Apenas em 2022, houve, no Brasil, um aumento equivalente a 60% da capacidade instalada de energia solar, sendo que, nos últimos meses, o crescimento médio chega a 1GW/mês”, disse Confúcio Moura.

Em relação a energia eólica, o senador relatou uma viagem que fez ao Rio Grande do Norte que pode ver a grandeza do parque “da energia dos ventos, a eólica, e fiquei impressionado com a grandeza da produção de energia no Estado do Rio Grande do Norte. Estamos em sexto lugar no mundo e a expansão do setor deve se manter ao longo das próximas décadas, aumentando progressivamente. Em 2021, o Brasil ocupou a terceira posição entre os países que mais instalaram usinas eólicas no mundo. A nossa aposta no setor, portanto, é robusta, e este fato haverá de garantir o desenvolvimento econômico com preservação ambiental ”, relatou entusiasmado.

Dando continuidade ao seu discurso, Confúcio Moura introduziu o tema petróleo e gás. Também neste setor, o senador avalia que o Brasil é privilegiado, por dispõe de uma empresa com expertise reconhecida em todo o mundo. “Como sabemos, a capacidade da Petrobras em extrair petróleo marinho em águas profundas resultou na descoberta das gigantescas reservas do pré-sal. Os campos marítimos do pré-sal já nos garantiram, em 2021, 97,6% de nosso petróleo e 84,3% de nosso gás natural. É preciso ter em mente que a transição energética haverá de reduzir, ano após ano, as demandas internacionais por petróleo e gás natural. Não poucos países no mundo, sobretudo na Europa Ocidental, já determinaram a data para o fim da produção de automóveis movidos a combustíveis fósseis, ao longo desta e da próxima década. o mesmo sentido, o Parlamento Europeu impedirá a fabricação de carros com motores a gasolina e a diesel em todo o continente, a partir de 2035. Seja como for, o petróleo é insumo importantíssimo na indústria, uma vez que é produto de base na fabricação de plásticos, e o gás natural também serve a diversas indústrias brasileiras, de modo que a contínua evolução da produtividade nacional em tudo nos beneficia”, alertou o senador.

Ao continuar o seu discurso, Confúcio Moura abordou o tema de telecomunicações. Na visão dele, os desafios para o setor são enormes, não apenas pela dimensão geográfica do país, mas pelas escolhas feitas no passado. “Em 2022, vimos a chegada do 5G ao país em nossa telefonia digital, e as perspectivas para o ano corrente são muito promissoras. Com efeito, o mercado das tecnologias de informação e comunicação deve crescer por volta de 5% em 2023, até atingir o valor de 80 bilhões de dólares. Apenas o setor de telecomunicações crescerá 3% no período, impulsionado pelo aumento da nuvem digital e do 5G. Esse incremento notável no setor de telecomunicações haverá de ampliar a produtividade das empresas brasileiras, que são a força de nossa economia. No que diz respeito aos inúmeros desafios do setor, caberia destacar as quase 10 mil escolas brasileiras que se encontram, ainda, sem qualquer acesso à internet, uma realidade inaceitável que obriga o setor público a agir rapidamente”, lamentou Confúcio Moura.

Para finalizar, o senador disse esperar o envolvimento do Senado Federal nos debates que serão travados relacionados aos temas, em especial na busca de universalização do acesso à internet em todas as escolas do Brasil “para garantirmos a melhor preparação dos nossos estudantes, pois sem acesso à internet não se tem educação”, concluiu.