O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que as manifestações de lideranças mundiais condenando o ataque às instituições democráticas do Brasil são um sinal da importância do país perante a comunidade internacional.
“Desde ontem, tenho recebido manifestações de apoio e de confiança na solidez das instituições democráticas brasileiras por parte de autoridades de todo o mundo”, declarou o chanceler, após se reunir com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Hayashi Yoshimasa, hoje (9).
“À presença recorde de delegações de alto nível na posse do presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva], no dia 1º de janeiro, soma-se, agora, a condenação unânime aos atos de violência e vandalismo de ontem, que não ficarão impunes.”, acrescentou Vieira, referindo-se à invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) por grupos que rejeitam o resultado das eleições e fazem uma série de pedidos antidemocráticos, como uma ação militar para impedir Lula de governar.
“Hoje é um dia que exige de todos os democratas clareza e determinação, na defesa do País democrático que soubemos construir”, prosseguiu Vieira, classificando como uma “violência golpista” os atos deste domingo, que resultou na destruição de patrimônio público e no roubo de documentos, objetos de grande valor histórico e artístico e de armas do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República.
Em nota divulgada à imprensa, o Itamaraty agradeceu pelas inúmeras manifestações de apoio e solidariedade de vários países e organismos internacionais que, nas palavras do ministério, repudiaram “os atos de terrorismo e vandalismo que chocaram o Brasil e o mundo”.
O Estado brasileiro e suas instituições democráticas saberão, mais uma vez, dar respostas à altura da gravidade dos crimes cometidos. O governo brasileiro e o Itamaraty seguirão, com determinação, defendendo e atuando de acordo com os preceitos da Constituição de 1988, sob a qual o País registra o mais longo período de convivência democrática em sua história republicana.
Abrigo da maior população nipodescendente fora do Japão, o Brasil tem interesse em dinamizar a Parceria Estratégica e Global que os dois países estabeleceram em 2014, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, simultaneamente à assinatura de outros cinco acordos governamentais com vistas a incrementar a relação bilateral.
Segundo o Itamaraty, a reunião desta manhã serviu para que o chanceler brasileiro e o ministro japonês discutissem formas de aprofundar a cooperação dos dois países em áreas como ciência, tecnologia e inovação e para promover a segurança energética e alimentar de forma sustentável.
Esta é a primeira visita que Vieira recebe de um ministro estrangeiro desde que assumiu o cargo , no início da semana passada.
Ainda de acordo com o Itamaraty, Vieira e Yoshimasa também trataram das oportunidades de parcerias para a descarbonização – ou seja, a substituição de combustíveis fósseis emissores de carbono por fontes energéticas que liberem menos gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) – e das políticas de vistos.
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