
O volume de ouro ilegal apreendido pela Polícia Federal em 2025 atingiu a marca de 447,09 quilos até o início de dezembro. O número representa um salto de 344% em relação ao total apreendido em todo o ano anterior, evidenciando o endurecimento do combate ao garimpo e ao contrabando de minérios.
Roraima lidera o ranking nacional com 213,69 quilos interceptados, o que corresponde a 47,8% do total do país. O estado registrou em agosto a maior apreensão da história da Polícia Rodoviária Federal, quando 103 quilos de ouro, avaliados em 61 milhões de reais, foram encontrados em Boa Vista.
Especialistas e delegados da Polícia Federal explicam que Roraima se consolidou como uma rota estratégica para o escoamento de minério extraído em outros estados da Amazônia Legal. A proximidade com a Venezuela e a Guiana facilita a venda do material no mercado internacional, onde o ouro ilegal é misturado ao metal legalizado.
Além de Roraima, os estados do Amazonas (73,7 kg), São Paulo (46,7 kg), Pará (40,2 kg) e Rondônia (6,9 kg) completam a lista das maiores apreensões. O avanço nos números também é resultado de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que extinguiu a regra que permitia a compra de ouro baseada apenas na declaração de boa-fé do vendedor.
Todo o material apreendido é enviado para perícia em Brasília, onde o projeto Ouro Alvo identifica a origem geográfica do minério por meio de análises técnicas. O rastreamento permite confirmar se o ouro foi extraído de terras indígenas ou unidades de conservação, auxiliando na identificação dos financiadores do crime.