
Nem Tarcísio de Freitas (Republicanos), nem Ratinho Junior (PSD) e muito menos Ronaldo Caiado (União Brasil).
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta sexta-feira (5) ter sido escolhido pelo pai, Jair Bolsonaro, para ser o candidato do PL à Presidência da República em 2026.
"É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação", declarou Flávio em uma rede social.
A expectativa do entorno bolsonarista é que Flávio ganhe força política à medida que assuma postura de pré-candidato, intensificando viagens e marcando presença no debate nacional.
Com queda na aprovação de Lula, Caiado e Felipe Neto testam pré-candidatura à Presidência da República. Para Bolsonaro, o filho mais velho tem potencial para unificar o PL e se apoiar em governadores aliados, como o próprio Tarcísio em São Paulo e Cláudio Castro (PL), no Rio de Janeiro.
A avaliação interna é de que Flávio transmite maior “previsibilidade” a setores políticos e econômicos, por seu perfil considerado mais moderado que o dos irmãos.
A mesma leitura aparece em outra frente: interlocutores relatam que Bolsonaro comunicou sua decisão a aliados próximos na carceragem da Polícia Federal, em Brasília, onde cumpre pena. Para o ex-presidente, Flávio tende a consolidar musculatura política conforme amplie agendas pelo país e entre nos embates diretos com o presidente Lula.
Reorganização no núcleo familiar e rearranjo de chapas
Com Flávio colocado como cabeça de chapa, ganha força a possibilidade de Michelle Bolsonaro disputar o Senado pelo Distrito Federal. Já o posto de vice na chapa presidencial poderia ser ocupado por um nome de centro.
A movimentação ocorre em meio a tensões dentro da própria família Bolsonaro. A briga pública recente entre Michelle e os filhos do ex-presidente derrubou a articulação que vinha sendo costurada no Ceará para que bolsonaristas apoiassem uma possível candidatura de Ciro Gomes ao governo estadual.
Em reunião em Brasília, dirigentes decidiram suspender a aliança, já que o nome de Ciro não agrada a todas as alas. A decisão foi confirmada pelo próprio Bolsonaro em encontro com Flávio na Superintendência da Polícia Federal.
Horas antes, o senador havia pedido desculpas a Michelle após participar de ataques coordenados com os irmãos. Ele afirma agora que a ex-primeira-dama segue autorizada a se manifestar politicamente, desde que alinhada ao grupo e com aval do ex-presidente.