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Bolsonaro é preso preventivamente a pedido da Polícia Federal

Prisão foi decretada após senador Flávio Bolsonaro convocar vigília em frente à casa do pai. Em decisão, Moraes cita violação da tornozeleira eletrônica e risco de fuga.

Portal Guajará
Por: Portal Guajará
22/11/2025 às 07h57
Bolsonaro é preso preventivamente a pedido da Polícia Federal
Wilton Junior/Estadão Conteúdo – 9.9.2025

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22), em Brasília, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem foi solicitada pela Polícia Federal (PF) e não está diretamente ligada à condenação já imposta ao ex-presidente por tentativa de golpe, mas sim a novos indícios de descumprimento de medidas cautelares.

O que motivou a prisão
Segundo a decisão de Moraes, Bolsonaro teria violado a tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado, fato comunicado ao STF pelo Centro de Monitoração Integrada do Distrito Federal. O ministro destacou que o episódio elevou o risco de fuga, especialmente após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília em frente ao condomínio do pai horas antes, uma movimentação que, para o magistrado, poderia reproduzir estratégias já vistas em atos golpistas.

A convocação, apresentada como vigília pela saúde do ex-presidente, foi interpretada pelo STF e pela PF como potencial forma de criar aglomeração para dificultar eventual fiscalização ou cumprimento de ordens judiciais. Moraes afirmou que o gesto "indica a possível tentativa de utilização de apoiadores" para obstruir medidas impostas ao ex-presidente.

O ministro relembrou ainda que, ao longo das investigações que levaram à condenação de Bolsonaro, foi identificado plano de fuga para a embaixada da Argentina, o que, segundo ele, reforça a necessidade da medida cautelar.

Prisão ocorreu no início da manhã
A PF cumpriu o mandado por volta das 6h. Bolsonaro teria cooperado com os agentes, e não houve uso de algemas, conforme determinação de Moraes para evitar exposição pública do ex-presidente. Michelle Bolsonaro não estava no local.

O comboio chegou à sede da PF às 6h35. Após os procedimentos iniciais, ele foi encaminhado à Superintendência da PF no Distrito Federal, onde permanecerá em uma Sala de Estado, espaço reservado a autoridades de alto escalão. Ele passou por exame de corpo de delito realizado por agentes do Instituto Médico-Legal (IML), a fim de evitar deslocamentos e exposição.

Aglomeração como risco e precedente
A PF e o STF afirmam que o chamado para a vigília repetiria o modus operandi de mobilizações que antecederam os atos golpistas de 2023. A aglomeração poderia causar risco ao próprio ex-presidente, a terceiros e também facilitar eventual tentativa de fuga em meio à confusão — cenário considerado plausível após a violação da tornozeleira.

Moraes também citou que Bolsonaro vive a apenas 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul, em Brasília, distância percorrível em menos de 15 minutos. Três aliados — os deputados Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro — deixaram o país recentemente, o que, segundo o ministro, reforçaria o risco de evasão.

Situação jurídica de Bolsonaro

O ex-presidente cumpre desde agosto prisão domiciliar devido a descumprimentos de medidas cautelares anteriores. Ele foi condenado pelo STF a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe, mas o processo ainda não está encerrado: a defesa tem até segunda-feira (24) para apresentar os segundos embargos.

A prisão preventiva — que pode ser reavaliada periodicamente e não tem prazo determinado — foi decretada como medida de garantia da ordem pública e para impedir interferência na execução da pena.


A defesa de Bolsonaro afirmou que ainda buscava informações oficiais sobre a prisão nas primeiras horas da manhã. O ex-presidente deve permanecer na Superintendência da PF até novas decisões do STF.

 

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