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Bebê prematuro de 5 meses morre no Acre após ser retirado de velório

Recém-nascido prematuro de cinco meses havia sido dado como morto pela equipe médica, mas chorou durante o velório. Ele morreu um dia depois, vítima de infecção generalizada.

Portal Guajará
Por: Portal Guajará Fonte: *Com informações do AC24Horas
27/10/2025 às 17h01 Atualizada em 27/10/2025 às 17h08
Bebê prematuro de 5 meses morre no Acre após ser retirado de velório
Foto: Divulgação

O bebê prematuro de cinco meses de gestação, que havia sido dado como morto na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco (AC), e retirado vivo do próprio velório no último sábado (25), não resistiu e morreu na noite de domingo (26).

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre), o recém-nascido faleceu por volta das 23h, em decorrência de um choque séptico e sepse neonatal, quadro de infecção generalizada que provocou falência múltipla dos órgãos.

De acordo com nota divulgada pela Sesacre, a equipe médica avaliou que a transferência para outra unidade hospitalar não seria possível devido à gravidade do quadro. O bebê estava internado na UTI Neonatal da maternidade, respirando com ajuda de aparelhos desde a noite de sábado.

Ainda conforme o órgão, o caso está sendo rigorosamente apurado, e a equipe responsável pelo primeiro atendimento foi afastada de suas funções até a conclusão das investigações. O procedimento busca garantir a transparência e identificar se houve falha no protocolo médico.

O caso ganhou repercussão nacional após familiares relatarem que o bebê, declarado morto ao nascer, chorou dentro do caixão momentos antes do sepultamento. A mãe, que havia passado por complicações gestacionais, segue recebendo acompanhamento psicológico e médico.

A Sesacre informou que um relatório detalhado será encaminhado ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina, que devem acompanhar as investigações sobre a conduta da equipe envolvida no atendimento.

 

Entenda o caso:

Bebê prematuro de 5 meses dado como morto, renasce no próprio velório e luta pela vida na UTI no Acre

Um caso comovente e de profunda repercussão marcou a madrugada deste sábado (25) em Rio Branco (AC). Um recém-nascido prematuro de cerca de cinco meses de gestação, que havia sido declarado morto pela equipe médica da Maternidade Bárbara Heliodora, foi retirado do próprio velório após familiares perceberem que o pequeno estava vivo e chorando dentro do caixão.

Segundo relatos da família, o bebê foi dado como morto na noite de sexta-feira (24). Os pais, vindos do município de Pauini (AM), haviam chegado ao Acre para buscar atendimento após a mãe apresentar sangramentos e complicações gestacionais. Sem estrutura adequada na cidade natal, a gestante foi transferida para a capital, onde o parto foi induzido.

Ainda de acordo com a família, o corpo do bebê foi colocado em um saco e encaminhado ao necrotério. Cerca de 12 horas depois, já durante o preparo do sepultamento, a tia do recém-nascido pediu para abrir o caixão e ficou em choque ao ouvir o bebê chorando.

bebe prematuro

Recém-nascido dado como natimorto no Acre

“Disseram que a criança nasceu sem vida, colocaram num saco e levaram para o necrotério. A gente fez todo o procedimento e estava indo para o enterro. Quando pedi para ver, ele estava chorando. Isso é muita negligência, queremos justiça”, relatou Maria Aparecida, tia do bebê.

Após o susto, o bebê foi levado de volta à maternidade por uma equipe médica e passou a receber atendimento emergencial. Segundo a pediatra neonatologista Mariana Collodetti, o recém-nascido apresenta prematuridade extrema, com aproximadamente 23 semanas e cinco dias, pesando cerca de 520 gramas.

“É uma situação crítica. Assim que ele chegou, foi intubado, passou por cateterismo umbilical, colocado em incubadora e recebeu todas as medicações necessárias. Está em estado grave, porém estável, recebendo todo o suporte da UTI Neonatal”, explicou a médica.

A especialista destacou que, até o momento, não é possível afirmar se houve erro médico, falha em diagnóstico ou uma reação biológica espontânea após o parto.

“Não conseguimos definir o que aconteceu. Pode ter havido ausência de sinais vitais, e depois uma retomada. Isso está sendo apurado”, disse a profissional.

Em nota oficial, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou que todos os protocolos de reanimação foram seguidos pela equipe da maternidade e que uma investigação interna foi aberta para esclarecer o caso.

“Cerca de 12 horas depois, já fora das dependências da unidade, o bebê apresentou sinais vitais e foi imediatamente levado de volta à maternidade, onde permanece em estado gravíssimo sob cuidados intensivos. A Sesacre instaurou uma apuração interna com total transparência e responsabilidade”, diz o comunicado.

A diretora da unidade, Simone Prado, expressou solidariedade à família e garantiu que a instituição cooperará integralmente com as investigações.

Ministério Público do Acre (MP-AC) também se manifestou, confirmando a abertura de um procedimento para acompanhar o caso e apurar possíveis responsabilidades médicas ou administrativas.

“O MPAC atua para garantir que todas as circunstâncias sejam devidamente esclarecidas e que eventuais responsabilidades sejam apuradas”, informou o órgão em nota pública.

Os pais, que chegaram ao Acre em busca de atendimento mais seguro, estão em estado de choque e indignação.
O episódio, que tem gerado grande comoção, levantou debates sobre falhas nos protocolos hospitalares e a necessidade de reforço nas práticas de monitoramento neonatal, especialmente em casos de prematuridade extrema.

Enquanto o bebê luta pela vida na UTI Neonatal, a família aguarda respostas e cobra transparência nas investigações.

*Com informações do G1/AC

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