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STF derruba leis municipais que proibiam ensino de gênero em escolas

Por maioria de votos, o Supremo Tribunal Federal suspendeu regras de Tubarão (SC), Petrolina e Garanhuns (PE), entendendo que a educação contra a discriminação deve ser incentivada e que a competência é federal.

Portal Guajará
Por: Portal Guajará Fonte: O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (15) suspender leis municipais que proibiam o ensino de matérias sobre identidade de gênero e orientação sexual nas escolas das cidades de Tubarão (SC), Petrolina e Garanhuns, em Pernambuco. A d
15/10/2025 às 19h28
STF derruba leis municipais que proibiam ensino de gênero em escolas
Tomaz Silva/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (15) suspender leis municipais que proibiam o ensino de matérias sobre identidade de gênero e orientação sexual nas escolas das cidades de Tubarão (SC), Petrolina e Garanhuns, em Pernambuco.

A decisão ocorreu a partir do julgamento de ações protocoladas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo PSOL. As leis vetavam o ensino de gênero em disciplinas obrigatórias, materiais didáticos e nos espaços escolares. A regra de Petrolina ainda proibia a permanência de livros sobre o tema nas bibliotecas escolares.

Argumentos dos ministros

Durante o julgamento, o ministro Alexandre de Moraes defendeu que a educação contra a discriminação deve ser incentivada, especialmente contra a população LGBTIQIA+.

“Ninguém defende que não se deva preservar a infância, mas preservar a infância não significa esconder a realidade, omitir informações sérias e corretas sobre identidade de gênero”, disse Moraes.

O ministro Flávio Dino argumentou que a sociedade mudou e que o modelo de “família tradicional” não é o único existente. Ele também ressaltou que a competência para tratar de assuntos ligados à educação é federal, citando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Apesar de acompanhar a maioria pela suspensão das leis, o ministro Nunes Marques ponderou que a exposição do tema deve ocorrer de acordo com a idade dos alunos. “Preservar a infância não é conservadorismo. É reconhecer que toda liberdade genuína nasce da maturidade”, afirmou.

Liberdade de Cátedra

O Grupo Arco-Íris, um dos principais grupos do movimento LGBTIQIA+, participou do julgamento e citou que o impedimento do ensino de gênero tem sido uma prática recorrente em diversos estados e municípios.

O advogado Carlos Nicodemos destacou que a Constituição e normas internacionais garantem o direito de toda pessoa ser protegida contra qualquer tipo de discriminação.

“É necessário, hoje, no dia 15 de outubro, Dia do Professor, debater a criação de leis municipais que tentam afetar a liberdade de cátedra na construção de um olhar diverso, plural e inclusivo da educação”, comentou.

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