A Imperatriz Leopoldinense abre a primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (22), no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Outras cinco escolas também vão se apresentar na avenida.
22h – Imperatriz Leopoldinense
A Imperatriz Leopoldinense será a primeira a se apresentar, com o enredo Meninos, eu vivi… Onde canta o sabiá, onde cantam Dalva e Lamartine, uma homenagem ao carnavalesco Arlindo Rodrigues, que, se estivesse vivo, completaria 91 anos em 2022.
Foi ele quem assinou o enredo O teu cabelo não nega, campeão em 1981, e reeditado pela escola em 2020 como Só dá Lalá, quando novamente a agremiação levou o título de campeã, dessa vez, da Série A.
23h15 – Mangueira
A Estação Primeira de Mangueira será a escola seguinte. A verde e rosa prestará homenagem a três grandes nomes de sua história: o compositor e fundador, que inclusive escolheu as cores da agremiação, Cartola; o intérprete de voz inconfundível Jamelão; e o mestre-sala Delegado.
Intitulado Agenor, José e Laurindo, nomes de batismo dos pilares da Mangueira, o enredo do carnavalesco Leandro Vieira busca valorizar os saberes e artistas populares da comunidade por meio de seu ícones.
0h30 – Salgueiro
Terceira da noite, a Acadêmicos do Salgueiro seguirá na abordagem de temas da negritude. Com o enredo Resistência, desenvolvido por Helena Theodoro, mestre em educação, doutora em Filosofia, pós-doutora em História Comparada e pesquisadora da cultura afro-brasileira, e pelo carnavalesco Alex de Souza, a escola vai mostrar como o povo negro lutou para preservar sua cultura. A vermelho e branco também vai abordar a abolição da escravidão.
A proposta é demonstrar que os negros, apesar de libertos, ficaram à mingua: sem moradia e emprego, enfrentando problemas que persistem até os dias de hoje.
1h45 – São Clemente
A São Clemente, quarta escola a desfilar, vai defender o enredo Minha vida é uma peça!, em homenagem ao ator e humorista Paulo Gustavo, morto em maio do ano passado, vítima de Covid-19.
Assinada pelo carnavalesco Tiago Martins, a história narrada em formato de samba faz alusão a um dos maiores sucessos do ator, Minha Mãe É uma Peça, que do teatro foi para os cinemas e fez de Dona Hermínia a mãe mais famosa da dramaturgia dos novos tempos.
3h – Viradouro
Penúltima a desfilar, a campeã Unidos do Viradouro levará para a avenida o enredo Não há tristeza que possa suportar tanta alegria.
Com assinatura dos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon, a vermelho e branco de Niterói contará como foi o Carnaval de 1919, quando os foliões foram às ruas para comemorar o fim da pandemia de gripe espanhola, até agora a pior a que o mundo tinha assistido. E aquele acabou sendo considerado o maior Carnaval do século 20.
A linha mestra é um paralelo do sentimento dos cariocas naquele ano e agora, com a esperança de, finalmente, comemorar o fim da pandemia de Covid-19.
4h15 – Beija-Flor
E, encerrando o primeiro dia de desfiles da elite do Carnaval, a Beija-Flor de Nilópolis fará uma abordagem antirracista e de exaltação aos negros e à sua própria comunidade, com o enredo Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor.
A "deusa da passarela" vai levantar a bandeira da igualdade. O jornalista João Gustavo Melo, autor da sinopse do enredo, levou em conta referências de obras de personalidades negras, como o jornalista e sociólogo Muniz Sodré, a filósofa e escritora Djamila Ribeiro, a jornalista e economista Flávia Oliveira e o cantor e compositor Emicida. O carnavalesco Alexandre Louzada assina o enredo.
A grande vencedora do Carnaval carioca será conhecida após a apuração das notas na terça-feira (26), a partir das 16h, na Praça da Apoteose. Já as justificativas dos jurados serão disponibilizadas para consulta antes do Desfile das Campeãs, na noite do sábado (30), que tradicionalmente encerra a folia.