
BRASÍLIA – O senador Marcos do Val (Podemos-ES) recebeu uma tornozeleira eletrônica após desembarcar no aeroporto de Brasília na manhã desta segunda-feira (4). Ele voltava dos Estados Unidos, para onde viajou há 10 dias, sem pedir autorização judicial.
O parlamentar foi abordado por policiais federais assim que deixou a aeronave. Ele foi levado para o Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), onde foi instalada a tornozeleira.
Os agentes cumpriram uma ordem judicial do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O passaporte diplomático usado pelo senador para deixar o Brasil e entrar nos EUA foi apreendido.
Moraes ainda impôs a Marcos do Val uma restrição de horário. O senador não poderá deixar sua casa das 19h às 6h, de segunda a sexta-feira, e em nenhum horário nos fins de semana, feriados e dias de folga.
Marcos do Val ainda teve contas bancárias, salário, chaves Pix e outros bens bloqueados. Moraes também proibiu o uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
Senador ignorou ordem judicial
Em 15 de julho, Marcos do Val enviou um pedido ao STF para viajar com a família a Orlando, na Flórida. No dia seguinte, Moraes negou o requerimento. O ministro ressaltou que as investigações contra o parlamentar estão em andamento.
Em 24 de julho, o senador informou, por meio de redes sociais, que estava nos Estados Unidos. Ele declarou que usou passaporte diplomático para ingressar no país governado por Donald Trump.
“Estou na Disney. Vim passar férias. Minha filha está de férias e nós estamos com recesso parlamentar”, disse Marcos do Val durante uma transmissão ao vivo pela internet, na qual exibiu diferentes passaportes, como o diplomático, o civil, um europeu e dois norte-americanos.
Marcos do Val teve o passaporte brasileiro civil bloqueado em agosto do ano passado. Moraes também ordenou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas do senador. A PF cumpriu mandados de buscas em endereços dele.
O passaporte diplomático estaria guardado no gabinete do parlamentar, em Brasília, que não foi vasculhado por agentes da PF.