Várias atividades como rodas de conversa, palestras, orientações e farta distribuição de materiais explicativos, entre outras, marcaram o encerramento do evento intitulado “É do Boto, seu Doutor?”, realizada no Porto Velho Shopping. Uma palestra especial marcou o encerramento das atividades.
Alusivo à campanha Maio Laranja e realizado pela Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (CPPM), a ação da Prefeitura teve como objetivo reforçar o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes na capital rondoniense.
“Foi uma maneira que nós tivemos, como Coordenadoria, de nos comunicarmos com a sociedade e de estarmos mais próximos dela. Uma maneira de falar sobre o que precisa ser falado, mas de um jeito onde a gente também possa acolher as pessoas e oferecer informação, mas também oferecer escuta. E foi isso que aconteceu durante toda esta semana em parceria com o Porto Velho Shopping”, disse a titular da CPPM, Anne Cleyanne.
Essa amostra denominada “É do Boto, seu Doutor?” também teve o objetivo de desmistificar o uso de argumentos folclóricos para a prática de abusos contra crianças, adolescentes e até mulheres. Serviu ainda para aguçar a curiosidade das pessoas, gerando perguntas por parte dos visitantes e, consequentemente, respostas.
Ainda como forma de facilitar e ampliar o diálogo com as pessoas, especialmente para que as meninas saibam quando seu corpo está sendo tocado de alguma maneira que não deve, a Prefeitura utilizou a metodologia dos totens informativos. Cada totem com uma história sobre a lenda do boto, que foi usada para mascarar e tornar silenciosa as denúncias de abuso sexual.
“Mas também nós tivemos o totem sobre a cultura, sobre como muitas vezes é associada à cultura aos comportamentos abusivos, e que nós não podemos mais aceitar enquanto sociedade”, enfatizou Anne Cleyanne, que fez questão de agradecer a todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente, especialmente os parceiros.
DENÚNCIAS
As ações no espaço do Porto Velho Shopping foram tão importantes e impactantes que resultaram em denúncias de abusos sexuais. “Pessoas que chegaram aqui e após ouvir a roda de conversa, tiveram coragem de falar sobre sua condição. E isso é muito importante, porque é esse o objetivo. Nossa sociedade precisa ser um lugar mais seguro para todas as pessoas. Essa é a missão da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres”, destacou a titular da pasta.
A LENDA DO BOTO
Conta-se que nas regiões ribeirinhas da Amazônia, um belo e misterioso homem aparece nas festas, seduz e engravida as moças, depois desaparece. Dizem que é um boto-cor-de-rosa encantado, que assume forma humana, e em seguida volta ao rio, onde, transforma-se novamente em boto.
A história, na verdade, serve para camuflar gestações inesperadas e, em muitos casos, encobrir abusos sexuais, deixando os abusadores impunes. As crianças que nascem nessas circunstâncias são chamadas ironicamente de “filhos do boto”.
Texto:Augusto Soares
Foto:CPPM
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)