Na madrugada da última quarta-feira (21), um grave caso de violência foi registrado nas dependências do Hospital de Urgência de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Um paciente com colar cervical e em cadeira de rodas foi brutalmente agredido por um segurança terceirizado, enquanto outro funcionário apenas observava a cena sem intervir. As agressões foram captadas por uma câmera de segurança e divulgadas pela TV Globo.
O vídeo mostra o paciente aparentemente agitado, sentado na cadeira de rodas enquanto utiliza o celular na recepção do hospital. Em determinado momento, ele gesticula em direção ao segurança, que se aproxima e inicia uma discussão. O paciente tenta se levantar, mas é violentamente empurrado e cai de costas no chão. Ao tentar se erguer, é novamente agredido.
Mesmo após cair repetidas vezes, o homem insiste em se levantar, sendo empurrado novamente contra uma parede, onde também é atingido com um chute na região do quadril. As agressões continuam mesmo quando a vítima está no chão. Em certo momento, o segundo segurança, que até então apenas observava, segura o braço do paciente, que tenta se defender com chutes.
Diante da repercussão, a Prefeitura de São Bernardo do Campo informou que ambos os funcionários terceirizados foram imediatamente desligados e que a empresa responsável pelo serviço foi notificada. A administração municipal declarou ainda que reforçará os treinamentos e orientações para os profissionais que atuam na segurança e controle de acesso nas unidades de saúde, além de reafirmar que repudia qualquer forma de violência.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Bernardo do Campotambém se manifestou sobre o caso, classificando as agressões como atos de tortura, já que a vítima era uma pessoa com deficiência, submetida a intenso sofrimento físico e psicológico.
“Ao agredir covardemente um cadeirante dentro de um hospital, o agressor pode ser responsabilizado criminalmente por tortura”,afirmou o presidente da comissão, Ariel de Castro Alves, por meio de nota oficial. A Comissão também defendeu que o segurança omisso responda por conivência com a violência, e que o contrato da empresa terceirizada seja revisto pela prefeitura.
A OAB local se colocou à disposição da vítima e seus familiares para acompanhar a investigação e cobrar responsabilização dos envolvidos.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP)foi procurada para prestar esclarecimentos adicionais sobre a ocorrência, mas até o momento não houve retorno.
O caso segue sendo investigado e deve mobilizar entidades civis e órgãos públicos para garantir a responsabilização dos agressores e evitar que episódios semelhantes voltem a acontecer.