O Brasil registrou 470 mil afastamentos por transtornos mentais e comportamentais em 2024, número que representa um aumento de 68% em comparação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo Ministério da Previdência Social e repercutidos em reportagem do G1. Os principais diagnósticos associados aos afastamentos incluem transtornos ansiosos, com mais de 141 mil casos, além de episódios depressivos e transtorno depressivo recorrente.
Para Sarita Vollnhofer, Chief Human Resources Officer (CHRO) da Alice, o debate sobre bem-estar no trabalho precisa ir além de medidas superficiais. “Não se pode mais ignorar que um ambiente de trabalho problemático adoece as pessoas. Quando a cultura organizacional prioriza o bem-estar, as pessoas trabalham melhor, se sentem valorizadas e isso reflete diretamente nos resultados do negócio”, afirma.
A 2ª edição da pesquisa Pulso RH, realizada pela Alice em parceria com outras instituições, reforça essa correlação. O levantamento mostra que 70,1% dos colaboradores se sentem mais engajados quando percebem que a empresa cuida de sua saúde e bem-estar. Já entre os que atuam em organizações que não priorizam esse tema, o índice cai para 32,3%.
O estudo mostra ainda que, quando os gestores demonstram bons hábitos relacionados à saúde e incentivam o diálogo, 76% dos colaboradores sentem orgulho de trabalhar na organização, e 74% recomendam a empresa como um bom lugar para se trabalhar. Entre os que não veem essa atuação nos líderes, este último número cai para 22,7%.
Score Magenta e ações práticas de bem-estar
Para auxiliar no bem-estar dos colaboradores, a Alice criou o Score Magenta, indicador desenvolvido a partir de protocolos científicos reconhecidos, que atribui uma nota de 0 a 1.000 para pilares de saúde mental, alimentação, atividade física, hábitos saudáveis, sono e qualidade de vida. Para os beneficiários, o Score Magenta funciona como um termômetro da saúde. Para os RHs clientes da Alice, os dados são disponibilizados de forma agregada e anonimizada, auxiliando em iniciativas alinhadas às necessidades dos colaboradores.
Com base nesses dados, os times de RH podem criar ações mais alinhadas às necessidades das equipes. Um exemplo é o programa “Alice fala, Alice faz”, que reúne iniciativas voltadas ao bem-estar. Entre elas está o “Saí do Sofá”, que incentiva a prática de atividade física por meio de metas individuais e recompensas, promovendo saúde e fortalecendo o senso de pertencimento. “Isso cria um ciclo extremamente positivo. Não impacta apenas a saúde física e mental, mas também reforça o engajamento das equipes”, destaca Sarita.
Bem-estar como pilar estratégico e transformação cultural
Diante do aumento dos afastamentos, iniciativas estruturadas de bem-estar deixam de ser vistas como diferenciais e passam a ocupar papel central nas estratégias corporativas.
Para Vollnhofer, essa mudança precisa ser acompanhada de uma transformação genuína na cultura das empresas: “Se a empresa realmente se preocupa com as pessoas, precisa agir de forma concreta para garantir um ambiente saudável e isso passa, principalmente, pela capacitação e exemplo dos líderes”, conclui.