Em discurso emocionado durante reunião da Comissão de Educação do Senado na terça-feira (1º), o senador Confúcio Moura (MDB-RO) manifestou indignação diante do brutal espancamento da professora Célia Regina, 65 anos, agredida por familiares de um aluno no bairro Resgate, em Salvador (BA), no último dia 22 de março. O crime ocorreu após a educadora cobrar a entrega de um dever de casa. 

“Esse episódio não é isolado. É o retrato de uma sociedade com valores invertidos, onde professores, formadores de cidadãos, são tratados com violência por aqueles que deveriam ser seus aliados”, declarou o parlamentar. A docente sofreu ferimentos graves, teve cabelos arrancados e ficou com o corpo coberto de hematomas. 

Dados alarmantes sobre violência nas escolas 

Confúcio Moura citou estatísticas preocupantes: o Brasil lidera o ranking da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em violência contra professores, com 12,5% dos docentes relatando agressões verbais ou intimidações semanais. Além disso, um estudo da ONG Nova Escola e do Instituto Ame Sua Mente apontou um **aumento de 20% nos casos de violência contra educadores e funcionários escolares em 2023. 

“Como podemos exigir qualidade na educação se nossos professores trabalham sob ameaças e agressões?”, questionou o senador. 

Chamado por políticas públicas de proteção

O parlamentar defendeu a urgência de medidas legislativas para garantir a segurança dos profissionais da educação e reforçar o respeito no ambiente escolar. “Precisamos de ações concretas, como campanhas de conscientização, punição exemplar aos agressores e programas de mediação de conflitos nas escolas”, afirmou. 

Ele também destacou a necessidade de valorizar a profissão docente: “Sem professores protegidos e respeitados, não há futuro para a educação no Brasil”. 

Repercussão e próximos passos

A fala do senador foi apoiada por colegas da comissão, que se comprometeram a incluir o tema na pauta de debates. A expectativa é que seja criado um grupo de trabalho para elaborar propostas de lei que fortaleçam a proteção aos educadores. 

Enquanto a professora Célia Regina se recupera dos ferimentos, o caso reacendeu a discussão sobre a segurança nas escolas e a importância de uma resposta eficiente do poder público.