O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (11) que há "90%" de chance de o general Walter Souza Braga Netto integrar a chapa nas eleições deste ano como candidato a vice-presidente.
Ex-interventor federal no Rio de Janeiro, Braga Netto comandou dois ministérios no governo Bolsonaro: Casa Civil e Defesa. No mês passado, deixou o cargo de ministro da Defesa para assumir o cargo de assessor especial de Bolsonaro.
A legislação eleitoral determina a saída dos ministros que vão disputar as eleições. O nome técnico é "desincompatibilização", e a medida deve acontecer até seis meses antes do pleito. O primeiro turno deste ano está marcado para 2 de outubro.
"O meu vice atualmente é um general de Exército, então pode ser que eu continue como vice, pode ser, não estou batendo o martelo aqui com também com um outro general de Exército também. Isso pode acontecer. Isso dá credibilidade à nossa chapa, respeitabilidade à mesma", declarou o presidente em entrevista exibida nesta segunda-feira pelo Grupo Liberal.
Questionado, então, se há "99% de chance" de o candidato a vice ser Braga Netto, o presidente respondeu: "Noventa por cento Braga Netto, pronto, fechou. Noventa por cento o Braga Netto, está fechado aí."
Em uma entrevista recente, o presidente revelou que o vice será mineiro, nascido em Belo Horizonte e formado em colégio militar. Todas as características, informou o Blog da Ana Flor, batem com Braga Netto. O nome do ministro já vinha aparecendo, no meio político, como favorito para compor a chapa com o presidente à reeleição.
Ao Blog da Ana Flor, aliados de Bolsonaro disseram que o presidente quer é um candidato a vice que seja "fiel" a ele e que não tenha "aspirações políticas". O presidente, disseram esses aliados, vê em Braga Netto essas virtudes.
O atual vice-presidente Hamilton Mourão concorrerá ao Senado, pelo estado do Rio Grande do Sul.
Braga Netto é militar da reserva e chegou ao posto de general de Exército (quatro estrelas), o topo da carreira. Ele foi interventor federal da segurança pública no Rio de Janeiro, ainda no governo do presidente Michel Temer.
Com Bolsonaro no Planalto, Braga Netto se tornou ministro da Casa Civil em 2020, no segundo ano de governo. Foi responsável por um comitê de ministérios que deveria gerir a resposta do governo à pandemia, que levou mais de 660 mil pessoas à morte no Brasil.
Em março de 2021, Braga Netto foi deslocado para o Ministério da Defesa, onde permaneceu até 31 de março. Ao assumir a pasta, o general, considerado um dos nomes mais fiéis da Bolsonaro no governo, trocou os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Braga Netto foi substituído na Defesa pelo antigo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira. O ex-ministro foi nomeado como assessor do gabinete de Bolsonaro, cargo que só exige a saída três meses antes das eleições.
Ouça o episódio do podcast O Assunto sobre "Militares e urnas: que confusão é essa?":
Mín. 23° Máx. 38°